sexta-feira, 19 de outubro de 2012



A OBSESSÃO PELO MELHOR
                                                   Leila Ferreira




Estamos obcecados com "o melhor".
Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só queremos saber do "melhor".
Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho.
Bom não basta.
O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com "o melhor".
Isso até que outro "melhor" apareça e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer.
Novas marcas surgem a todo instante.
Novas possibilidades também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado,modesto, aquém do que podemos ter.
O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação permanente, num eterno desassossego.
Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter.
Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos.
Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários.
Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com o melhor tênis.
Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos. Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente.
Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência?
Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de estresse porque é o melhor cargo da empresa?
E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto?


O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o "melhor chefe"?
Aquele xampu que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe um melhor e dez vezes mais caro?
O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo "melhor cabeleireiro"? Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixados ansiosos
e nos impedido de desfrutar o "bom" que já temos.
A casa que é pequena, mas nos acolhe.
O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria.
A TV que está velha, mas nunca deu defeito.
O homem que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os homens "perfeitos".
As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar à chance de estar perto de quem amo...
O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem.
O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer.
Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso?
Ou será que isso já é o melhor e na busca do "melhor" a gente nem percebeu?


Sofremos demais pelo pouco que nos falta
e alegramo-nos pouco pelo muito que temos.
Shakespeare

domingo, 7 de outubro de 2012

Transposição do rio São Francisco


Transposição do rio São Francisco é perpetuação da seca local, diz livro


O tom do livro "Conservação da Natureza - e eu com isso?" (Fundação Brasil Cidadão), organizado pelo presidente da Rema (Rede Marinho-costeira e Hídrica do Brasil), José Truda Palazzo Jr., é de forte crítica. Na obra, a eficiência da gestão das Unidades de Conservação brasileiras é questionada, a valorização da visão econômica da natureza é repreendida, e até mesmo a transposição do Rio São Francisco é anunciada como uma "perpetuação da seca" na região.




       O tom do livro "Conservação da Natureza – e eu com isso?" (Fundação Brasil Cidadão), organizado pelo presidente da Rema (Rede Marinho-costeira e Hídrica do Brasil) , José Truda Palazzo Jr., é de forte crítica. Na obra, apoiada pela Fundação Avina, a eficiência da gestão das Unidades de Conservação brasileiras é questionada, a valorização da visão econômica da natureza é repreendida, e até mesmo a transposição do Rio São Francisco é anunciada como uma "perpetuação da indústria da seca na região".
"Não são necessidades legítimas de desenvolvimento que pressionam pela destruição de nossos ecossistemas remanescentes e sua biodiversidade, mas sim políticas públicas pensadas para beneficiar determinados setores muito específicos da economia – sobressaindo aí as empreiteiras, os latifúndios, a mineração (incluindo o ufanismo histérico do petróleo) e a pesca industrial", afirma Truda Jr., logo no início da apresentação.
Apesar do aumento exponencial das Unidades de Conservação (UCs), a engenheira agrônoma Maria Tereza Pádua ressalta que a constante falta de recursos financeiros e humanos demonstram a ausência de prioridade que a implementação efetiva da unidades no país, fragilizando o sistema como um todo.
“De todas as categorias a mais inútil para a preservação da biodiversidade é a conhecida como Área de Proteção Ambiental (APA). É só se visitar a maioria das APAs que o país possui, onde prevalece a devastação e a alteração clara dos ecossistemas naturais. No passado, até um bairro na cidade do Rio de Janeiro foi considerado APA. Assim, quando se anuncia que o país possui tantos milhões de hectares em unidades de conservação aí incluindo as APAs, é enganar a opinião pública”, critica.
Valoração
No quinto artigo, "RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) – O que você ganha com isso", João Bosco Carbogim reflete sobre a necessidade de valorar economicamente a natureza, esperando sempre ganhar algo. "Parece que a cabeça das pessoas está programada para buscar vantagens econômicas em qualquer atitude que se tenha perante a natureza, por mais altruísta que possa ser", critica ele, explicando que "na realidade, a decisão de conservar a natureza foge a esse parâmetro por se tratar de uma questão de valores e tem a ver com a percepção que se tem da vida e do que estamos fazendo no planeta terra".
A grande polêmica da transposição do Rio São Francisco parece ter sido acalmada nos últimos tempos. Mas para a população local as feridas abertas continuam vivas. Segundo o coordenador do Núcleo de Estudos e Articulação do Semiárido (Nessa), João Sussuana, a construção das represas das usinas geradoras diluiu aatividade pesqueira da região. De acordo com ele, "as espécies de piracema estão desaparecendo do rio devido à impossibilidade que têm os peixes de fazerem o seu trajeto natural de subida das corredeiras para a realização das desovas".
"A população carente nordestina, principalmente aquela residente de forma difusa na região semiárida, não terá acesso a uma gota sequer da água do Velho Chico. Para nós, é a perpetuação da indústria da seca", diz.
Fonte; Correio da Bahia 
Caderno Sustentabilidade


domingo, 23 de setembro de 2012

Tribuna da Bahia divulga a II Caminhada Ecológica


Caminhada ecológica reúne 500 pessoas do Farol da Barra ao Cristo
Publicada em 22/09/2012 12:36:13
Foto: Divulgação

O passeio terminou com um abraço em volta do Cristo da Barra
O evento, realizado pelo segundo ano consecutivo, teve a participação de alunos de escolas particulares da capital baiana e do ônibus turístico Salvador Bahia Bus que foi um dos parceiros do evento.
Com o objetivo de conscientizar a população e chamar a atenção para a importância de ações sustentáveis a exemplo da coleta seletiva e a reciclagem, os alunos, pais e professores caminharam do Farol da Barra até o Cristo, onde deram um abraço simbólico, fizeram uma oração e falaram um pouco da importância da preservação do meio ambiente.
Para a assistente administrativa, Vilmene Borges, mãe de um dos alunos que participaram da caminhada, “ações como essa são importantes para que as crianças cresçam com essa consciência de preservação e de cuidado com o meio ambiente”, comenta.
Como forma de apoiar e incentivar a preservação o Salvador Bus – que utiliza o Biodisel como combustível - participou da iniciativa disponibilizando um dos seus ônibus para dar assistência às pessoas que não podiam acompanhar todo o percurso a pé.