quarta-feira, 17 de novembro de 2010

D. Luiz Cappio e o prefeito da cidade de Barra agradecem as quinze mil mudas doadas pela ACSVC. Confiram.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

APRENDENDO COM A NATUREZA

                        
Tudo é cíclico.
Haja bruaca!

Maré alta, maré baixa, lua cheia, lua minguante, noite e dia e assim, as estações da vida seguem seu ritmo nos impondo uma realidade, que pune e eleva homens e mulheres aos ideais da fé, esperança e da dúvida. É um caminhar tão volátil o da nossa breve existência. Mas que vida? Vida material? Vida espiritual? Vida? O que pensar? A onde iremos? Onde encontrar as certezas? Quais referenciais de conduta? Conduta? O que pensar diante de tanta fragilidade e angustia? E o futuro onde esta? Porque não escolher sedutoras possibilidades?
Nossa! É doloroso este caminhar, encontramos tantas vergonhas nos prazeres e desejos no universo da carne e do espírito. O caminho é tão largo da fragilidade ao amor. Quando parar? Para que parar? Como recomeçar? E porque recomeçar?
E assim vamos rompendo os grilhões do tempo em mais um ciclo da vida que se inicia.
Como o pão que sacia a fome, alimentando o corpo, todo novo ciclo traz uma brisa de paz, esperança que fortalece as asas do espírito, afugentando nossos medos, nos impulsionando a um acreditar mais fervoroso em nós mesmos, no outro, na humanidade, em Deus. Neste instante de sensatez divina e iluminar amoroso, o terrível futuro se torna mais dócil e complacente, tornando-se companheiro fiel no emocionante instante do desabrochar de novos e antigos sonhos.
Ter a graça de poder recomeçar é se aproximar da essência dos anjos que sentem de forma mais plena o cheiro afetuoso e transformador de Deus. É a condição humana trazendo em si a divina oportunidade de prosseguir para o amanhã, onde só um Deus integrado com o nosso delicado existir, poderia oferecer sempre a libertadora oportunidade de crescer, amadurecer, perdoar, amar.
Em meio há tantas duvidas, acredito que é no cenário de um belo jardim, onde encontraremos a mais simples e profunda certeza. As flores doam ao mundo o que há de melhor em si e com sua delicadeza e singularidade contribuem para a construção de um ambiente harmonioso, belo, encantador. Na dinâmica realidade de um jardim existir é caminhar na direção da participação fraterna, da cumplicidade com o outro sem nada exigir. É compreender a vida como uma grande oportunidade de tentar ser o possível, mesmo diante de tantas tempestades. Tudo mais passa a ser folhas, que caem, e ao cair dão a terra a possibilidade de ser mais fértil e mais acolhedora.
Neste caminhar de tantas incertezas, sigamos as flores, vamos buscar o que há de melhor dentro de nós e o que não for fraterno, guardemos nas nossas pessoais e profundas bruacas.
Um feliz recomeçar...

Wellington Magalhães
Artigo 01/2011
Jornal: São Salvador



                           Do lixo ao Cristo
                          Quem somos nós?

Viva a 2011! Felicidades! Que Deus te dê um ano novo cheio de paz e alegria... E  seguimos com tantas promessas  e  desejos  inconsequentes, como crianças que dos sonhos,  fazem  ideais impróprios a sua capacidade de realizá-los.
Quando menino, ouvia os mais velhos dizendo que pelos sapatos se conhece o caráter de um homem. Fico a imaginar o que pensar da nossa população que se diz cristã, se avaliássemos os seus resíduos deixados, nestes dias festivos em nome da esperança e de Deus.
Nossa contradição será revelada no dia seguinte ao nosso banquete, regado a gula, a vaidade e excesso. O lixo trará à tona quem somos nós. Praias, rios, praças e espaços privados amanhecerão cheios de imundices que sinalizarão o quanto estamos longe de uma vida coletiva sadia e uma experiência mais plena de Deus. Deus que é simplicidade, amor cuidadoso e compassivo com sua criação e criaturas.
Serão distribuídos afagos e presentes entre pais e filhos, amigos e parentes numa tentativa de suprir uma caminhada insossa, vazia de convivência fraterna, onde o amor perdeu lugar para o dinheiro, e o estar, para o comprar. E em nome da sobrevivência, justificamos nossas ausências: emocionais, psicológicas, pessoais. Aos poucos vamo-nos transformando em estranhos do lar, seres  com egos vazios e sem fundo, insaciáveis de luxo, indiferença e ostentação.
Queremos a consciência tranquila pelo menos nestes dias de solidariedade consumista e então, para aliviar o peso de uma existência tão evasiva e carente de ação fraterna, iremos às ruas jogar bugigangas da China para crianças carentes, famintas de afeto e dignidade, seres perdidos em meio a uma sociedade cruel, desprovida de responsabilidade social e, pior ainda, comunitária.  
Em João 15, 9-17, o Pai nos pede que permaneçamos fiéis ao seu amor, para termos vida plena, cheia de paz e felicidade, e diz que o que for pedido em Seu nome será atendido.
Aproveito então para pedir em Seu nome Mestre Jesus, que o Pai nos ilumine. E vale até trazer milagrosamente a fé engajada, a valorização da simplicidade, para, juntos, construirmos  vidas mais encantadas, com o compromisso de ser família e comunidade cristã, presente em seu amor.
Wellington Magalhães
Artigo: 12/ 2010
Jornal: São Salvador
                        
                             A profecia das flores

Gosto de pensar nos sacramentos da Igreja como o encontro sensível de Deus com seu povo. Toda a ritualização dos sentimentos e intenções nos oferece uma oportunidade única de elevarmos o nosso íntimo à misericórdia do Pai.
Na perspectiva de materializarmos os sentimentos, acredito que as flores são ícones universais. Dois de novembro é um momento especial de reverenciarmos nossos mortos. Nesse dia, as rosas doarão seu perfume e magia para a preparação do nosso altar interior, onde viveremos o mistério da ressurreição desses entes queridos em nossas lembranças e corações.
Aproveito a oportunidade para revelar antigas inquietações. É realmente necessário esperarmos a morte interromper nossas relações para redescobrirmos o valor da contemplação, da oração e da fraterna convivência? Se nos sentimos tão melhores quando rezamos para nossos mortos, por que então não oportunizamos em nossos dias mais encontros com nossos familiares e amigos?
Sentimos um grande alívio ao perdoar nossos algozes que já partiram. Por que, então, não aproveitamos esta existência para desatarmos os nós de antigas relações? Encontramos nessas horas a oportunidade de valorizar a beleza da natureza. Então, por que não passamos a admirá-la e respeitá-la mais nos nossos dias de vida?
Creio, fielmente, que a melhor maneira de reverenciarmos aos nossos mortos e também à vida é reconduzirmos nossas relações ao caminho do Evangelho, não perdendo as oportunidades de estarmos cordialmente com a mãe natureza e com o outro no amor do Pai.

 Wellington  Magalhães
 Artigo: 11/2010
Jornal: São salvador

Novas escolhas

Quatro de outubro, dia de São Francisco. Fico a pensar cá com meus botões o quanto nosso querido irmão Chico foi herói, desbravador. Como foi grandioso na sua humildade em nos mostrar de forma tão singela e silenciosa um novo olhar para nossa caminhada de Igreja e filhos de Deus.
Que profeta maravilhoso estava escondido no coração desse jovem tão cheio de paixões, sonhos e ilusões. Quantos sentimentos e pensamentos tocaram o seu espírito, envolvido profundamente na realidade profana de sua época, a tal ponto de influenciá-lo a fazer sua mais profunda escolha, pelo pobre e para o Pai, se tornando mais um entre eles. Foi feita uma entrega misteriosa e confiante ao amor fiel de Deus, ao eleger a pobreza e a simplicidade como companheiras inseparáveis no seu novo destino.
Lindo mistério o de encontrar no essencial a porta para a alegria e paz interior ao ponto de encantar e convencer seus antigos camaradas a segui-lo e trazer tanta luz e vida aos novos seguidores.
É possível, nos dias atuais, encontrarmos espaço em nossa existência para a simplicidade?
Diante de tanta devastação e destruição dos nossos recursos, não seria a simplicidade e a valorização do essencial a melhor maneira de contribuirmos para a preservação da vida em sociedade e do nosso planeta?
Não estaria no convívio presente e comprometido o reencontro do equilíbrio e do prazer de viver em família?
Abraçar a irmã humildade não seria uma profunda opção, capaz de gerar uma revolução no próprio espírito e nos levar à libertação das terríveis garras da vaidade? Vaidade que nos corrompe, nos enfraquece, nos destrói como homens, mulheres e filhos de Deus?
Quanto desgaste de energia e vidas nós continuaremos a exercer em nome do exibicionismo e ostentação?
Ao querido São Francisco, rogo iluminação e sabedoria para todos aqueles que continuam acorrentados aos grilhões da fama e dos estereótipos, pois são pobres criaturas escravas de uma cultura que não lhes permite ter a opção de escolher novos caminhos.  
“A criação toda geme e sofre dores de parto” (Rm 8,22).


Artigo: 10/2010
Wellington Magalhães
Jornal: Sao Salvador

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Fotos de Santa Maria da Vitória e das embarcações que navegavam no Velho Chico e no rio Corrente. O motor é o primeiro gerador de energia elétrica da cidade.