sexta-feira, 16 de julho de 2010

Artigos escritos pelo prof. wellington para o Jornal da Arquidiocese de Salvador. A coluna do jornal que o professor comanda se chama: Aprendendo com a natureza.Nossa divulgação seguirá a ordem de publicação do jornal.

             

                                Viva o concreto!



Setembro é um mês muito especial, mais um feriado se anuncia e quem sabe, cabe mais um enforcamento. “Tomara que enforque, vou aproveitar para botar as pernas para o ar.” Creio que é a fala do momento de milhões de profissionais que desejam tanto a ociosidade porque esqueceram ou não aprenderam que liberdade e cidadania se constroem com trabalho.

Nossa independência é o assunto da vez, vão nos encher de orgulho e censo cívico, vamos comemorar nossa história e a conquista da sonhada liberdade. Vejo as instituições de ensino e a Igreja proclamando aos quatro cantos dos seus muros a importância da data para a conquista e exercício da cidadania.

E nestes ares de tanta teoria cívica, surge o dia 21 de setembro, Dia da Árvore. Aqui passo a pedir perdão as nossas amigas ou irmãs como diria São Francisco, pelas vezes que ensinamos aos nossos jovens que o futuro da humanidade depende do nosso relacionamento mais respeitoso e logicamente mais harmonioso com o nosso meio ambiente. Que não devemos desmatar, que a floresta Amazônica precisa ser preservada, os índios têm o direito a sua cultura e sua terra, o Brasil tem a maior biodiversidade do planeta e estão contrabandeando para outros paises e ai vai blábláblá...

O meu pedido de perdão é por saber que não podemos combater os focos de desmatamento e queimadas da Amazônia ou do Pantanal num estalar de dedos, que o contrabando da nossa fauna e flora envolve questões de segurança nacional e isto vai além das nossas possibilidades imediatas. E sim, por ter certeza, que nossas escolas e igrejas podiam investir mais em ações ambientais de caráter educativo e preventivo, procurando assumir o seu papel social que deve efetivamente ir além dos seus muros.

Precisamos estimular nossos jovens, toda comunidade educativa e religiosa a uma prática concreta em defesa dos poucos espaços verdes que restam em nossa cidade, é saber que em nome do desenvolvimento e lucro estão exterminando com as árvores da Avenida Paralela, Lagoa do Abaeté, Lagoa de Pituaçu, Litoral Norte e não encontrar uma única instituição de ensino ou mesmo uma paróquia fazendo qualquer tipo de ação para questionar ou parar tal devastação ambiental e cultural.

A todas as árvores que foram e são devastadas em baixo do nosso nariz todos os dias, peço perdão por nossa omissão e covardia.

Wellington Magalhães
Artigo setembro 2010
Jornal São Salvador






                                  O Sagrado valor da vida


Tem chamado minha atenção informações divulgadas pela imprensa, quanto aos possíveis fatores que contribuem para as freqüentes enchentes que tem devastado cidades inteiras, em várias partes do nosso país.

As explicações descrevem um contexto político muito grave que envolve nossa segurança e qualidade de vida. Efeito estufa, desmatamento, construção de imóveis em locais de risco, falta de um eficiente sistema de drenagem nas grandes cidades, assim como sua manutenção, obras de pavimentação, dificultando a absorção pelo solo das águas das chuvas, o excesso de lixo descartado nas ruas pela própria população.

Dentro deste contexto, gostaria de fazer uma reflexão de modo especial sobre o desmatamento.

Quando destacamos a importância das matas e florestas para a manutenção de um meio ambiente equilibrado e consequentemente mais seguro para vivermos, estamos vinculando a esta ideia a valorização das matas e floresta numa perspectiva unicamente utilitarista, própria de uma cultura imediatista e pragmática.

O valor da fauna e flora deveria ser entendido e divulgado não apenas pelo benefício imediato que nos traz no aspecto ambiental. Não podemos negar tal realidade, mas torna-se necessário ir muito além desta premissa para compreendermos o valor da

vida em sua dimensão mais ampla.

São Francisco de Assis afirmava que tudo que manifestava vida tinha o direito de viver e existir e deveria ser respeitado e valorizado como sacramento divino e que, portanto, proteger e preservar a vida seriam formas incontestáveis de louvarmos o próprio Deus.

Ao tomarmos o valor das criaturas pela utilidade que elas possuem para o nosso conforto ou progresso, só contribui para esvaziarmos a dimensão divina e moral intrínseca a todo ser vivo. Talvez seja por esta percepção imatura e superficial que erramos ao considerar ou desprezar também as pessoas pelos acessórios e títulos que carregam, e não pelo grandioso fato de existirem como pessoas, criaturas amadas por Deus.

Precisamos aprender a contemplar as matas e florestas como um sinal magnífico e belo da presença de Deus entre nós, e ai sim, construiremos uma relação mais plena e respeitosa, e não só utilitária, com as criaturas e com todo o planeta.



Wellington Magalhães
Artigo agosto de 2010
Jornal São Salvador




                         Uma nova maneira de ser professor

Em minhas lembranças da infância, vejo com muita clareza minha avó paterna rezando diariamente, com muito fervor, a oração do Pai Nosso. Mulher de grande fé e amor a Deus, que influenciou significativamente minha maneira de olhar a vida e o jeito de sentir a presença do Pai no mundo. Para ela, a oração do Pai Nosso revelava um Deus sábio e repleto de amor ao mundo, porém observador atento das nossas atitudes de cristãos.
Os anos se passaram, e creio que decidi seguir o magistério por sua influência e por acreditar que Deus ficaria feliz ao levar conhecimento aos jovens e, quem sabe, contribuir humildemente para a construção do Reino.Por vinte anos fui professor de Religião e Filosofia em duas grandes escolas de salvador: Colégio Antônio Vieira e Instituto Social da Bahia.Mesmo tendo vivido experiências inesquecíveis no exercício da profissão, comecei a perceber sinais de inquietude com o cotidiano da sala de aula.
Em 2007, uma aventura realizada nas águas do rio São Francisco mudou radicalmente a minha vida e, consequentemente, as expectativas sobre a prática pedagógica. A aventura se transformou em uma grande mobilização dos alunos nessas escolas, em defesa do Velho Chico. Nos quatros anos seguintes, já contávamos com o apoio de mais dez escolas da cidade e uma do interior, o JR ,em Santa Maria da Vitória, além de duas faculdades da capital. EM três anos de ação levamos 550 cestas básicas para a população carente de Bom Jesus da Lapa, vinte e duas mil árvores para a cidade de Barra, além de oferecermos a possibilidade de 40 jovens carentes daquela cidade de conhecer Salvador e o Mar.
A presença de D. Luiz Cappio nas ações desenvolvidas pela campanha acabou fortalecendo e enchendo de esperança nossa caminhada e destino.
Minha prática educativa mudou significativamente.
Hoje tenho o previlégio de ter acesso a alunos e professores dessas instituições, promovendo debates e reflexões sobre o meio ambiente e,em especial, sobre os problemas do povo ribeirinho e do Velho Chico, além de coordenar a Campanha Velho Chico, cujas metas para 2010 são: plantar vinte mil árvores em ibotirama e Xique-Xique; trazer mais 40 jovens carentes para conhecer Salvador e o mar; e doar instrumentos musicais de sopro para a Lira Musical Deolindo Lima, Grupo coordenado pelo professor Leo, na cidade da Barra.
O olhar amoroso de São Francisco de Assis sobre a Campanha Velho Chico possibilitou,por meio da generosidade do Jornal São Salvador e sua preocupação com as questões ambientais, a criação de uma coluna neste jornal, a qual ficará sob minha responsabilidade, onde iremos tratar de temas ligados às questões ambientais e, de modo especial, do rio São Francisco.
Acredito fiemente que Deus ouviu o meu clamor e trouxe uma nova e desafiadora maneira de ser professor. Um grande abraço e até a próxima.

Wellington Magalhae
Artigo de junho de 2010
Jornal São Salvador




       

6 comentários:

Anônimo disse...

gostei do blog

Anônimo disse...

É isso aí, um ótimo trabalho! Parabéns! Que essa ação tenha êxito.

Anônimo disse...

Gostei deste do blog e espero que continue dando certo.

Felipe -amigo de Luanna Fonseca,Grupo 3

Unknown disse...

Oiii Galeraa!!!!!
Kii massa esse projeto,grande impotância vc's estão dando ao nosso "Velho Chico" é bom lembramos que nós dependemos muito dele.Não podemos deixar de lado,vamos ajuda-ló!
AJUDEM O VELHO CHICO!
Um Abração William,amigo de Bianca, ou de Juliana 1º C Equipe 2. =)

Anônimo disse...

bonito projeto sobre a preservação do rio são francisco

colegio nossa senhora da soledade- Miguel primo de Diego Bastos-equpe 2

Anônimo disse...

Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fom
ass:equipe4