sábado, 31 de julho de 2010

Jornal A Tarde destaca a situação de degradação do rio Corrente, um dos grandes afluentes do São Francisco. Confira.

 Fonte de água para o abastecimento humano e para a irrigação na agricultura, além de movimentar diversas atividades econômicas em seu entorno, o Rio Corrente preocupa os moradores de seu território pela má-conservação. Eles relatam que o nível do rio tem baixado em relação aos anos anteriores, reclamação também de lideranças políticas locais, reforçada pelo fato de que os 200 mil moradores da bacia do Rio Corrente dependem de alguma forma dele em seus cotidianos.
As razões apontadas para a degradação do rio são a erosão de encostas provocada pelas chuvas, que causam o aterramento das suas margens; o lançamento de esgotos, poluindo as águas; e a expansão do agronegócio, que tem desmatado zonas próximas à margem do rio e facilitado a erosão. “Desmatam para plantar soja, algodão e capim para implantar pastagens. Estão acabando com nossos biomas e com as nascentes”, alerta Valmira Pereira, articuladora territorial da Bacia do Rio Corrente.
Nas cidades de São Félix do Coribe e Santa Maria da Vitória, separadas territorialmente pela passagem do rio, a degradação já traz consequências.
O jovem pescador Marlon Santos, 13 anos, levava para conserto sua pequena canoa. Ele pesca há quatro para reforçar a renda da família e diz que os peixes diminuíram e a navegação piorou. “O rio tá raso em tudo quanto é lugar. Se não souber o lugar certo de passar, o barco encalha”, diz.
Um rápido passeio por trechos de sua margem revela grande presença de terra, além de lixo e lançamento de esgotos. Logo embaixo da passarela recém-construída para ligar as cidades de São Félix e Santa Maria, João Evangelista Moreira, 43 anos, conversa com um amigo que limpava peixes na água do rio. Ambos lamentam a degradação do local. “O rio é tudo pra gente. Se ele se acabar, ninguém vai querer morar aqui. A população depende dele”, diz João. Segundo ele, quando o volume de chuvas é maior, o nível do rio até aumenta. “Mas nessa mesma época do ano ele chegava até ali em cima. Hoje dá pra jogar bola nesse espaço”, aponta.

Atarde 30/07/2010.












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